Atividade proposta pode ser aplicada dentro dos conteúdos de História do Brasil, para turmas de 6°, 7° e 8° e 9° ano, a depender da abordagem que se pretende, adaptando-a ao conteúdo trabalhado, dentro do contexto de povos originários antes ou durante o processo de expulsão, escravização e dizimação dos povos indígenas.
Esta aula oficina está organizada em 03 ações interrelacionadas, a partir da discussão da presença indígena em Vitória da Conquista e suas manifestações artísticas e culturais. Prevista para ser desenvolvida em 04 aulas.
HABILIDADES – BNCC/REFERENCIAL CURRICULAR – CURRÍCULO BAHIA
Lista de habilidades possíveis, de acordo com o ano/série
- BNCC: 6º ano: (EF06HI05); (EF06HI08); (EF06HI14)
- BNCC: 7º ano: (EF07HI03); (EF07HI09)
- DCRB: 7º ano: (EF07HI03BA)
- BNCC: 8º ano: (EF08HI14); (EF08HI27)
- BNCC: 9º ano: (EF09HI05); (EF09HI07); (EF09HI26); (EF09HI36)
a) Identificar a construção de diferentes narrativas sobre a origem da cidade de Vitória da Conquista.
b) Compreender as relações entre a preservação da memória e a construção da História.
c) Conhecer as diferentes versões sob um mesmo contexto histórico.
d) Elaborar novas versões sobre a formação da cidade de Vitória da Conquista.
Conceitos a serem discutidos em sala de aula:
a) Identidade.
b) Patrimônio Histórico material e imaterial.
c) Tombamento.
a) Data show, Textos impressos, imagens impressas.
Ação 01: Distribuir textos sobre Patrimônio Histórico e Cultural, patrimônio material e imaterial. Leitura colaborativa do texto buscando conceituar patrimônio material e imaterial.
Material de apoio:
Lemos, C.A.C. O que é patrimônio histórico. São Paulo: Brasiliense, 1982.
https://www.academia.edu/31896429/LEMOS_A_C_Carlos_O_que_%C3%A9_Patrim%C3%B4nio_Hist%C3%B3rico_1981_Editora_Brasiliense
IPHAN. Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico nacional. http://portal.iphan.gov.br/
OTTO, Cláudia. Memória e patrimônio no ensino da história local para os anos iniciais da educação básica.
https://anpuh.org.br/uploads/anais-simposios/pdf/2019-01/1548945027_c277f3477a3a1f3d673dc4741c5fa9db.pdf
Ação 02: Distribuir aos grupos de alunos imagens com as figuras de panelas de barro e as esculturas produzidas por Gilvandro Oliveira. Solicitar aos alunos que analisem as imagens, com descrição dos elementos que aparecem e o “diálogo” que estabelecem com os textos presentes nas fotos.
Ação 03: Pedir aos alunos que respondam a pergunta: Que relações podemos estabelecer entre patrimônio e as peças fabricadas nas comunidades Aldeia Sol Nascente e Batalha de Vitória da Conquista? Mesmo não sendo tombadas, elas podem ser consideradas patrimônio?
Socialização das respostas dos alunos.
A professora/professor fará observações quanto ao envolvimento dos alunos na atividade além de solicitar que cada um expresse verbalmente suas impressões sobre o tema.
BAHIA. Documento Curricular Referencial da Bahia para Educação Infantil e Ensino Fundamental. Superintendência de Políticas para Educação Básica. Salvador: Secretaria da Educação, 2018.
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, 2018.
OLIVEIRA, Renata Ferreira de. Índios paneleiros do planalto da conquista: do massacre e o (quase) extermínio. Salvador: Sagga, 2020.
OLIVEIRA, Renata Ferreira de. Resistência e Identidade Indígena na Batalha: memória e trajetória de comunidades rurais no Planalto da Conquista. Vitória da Conquista, 2009. Monografia (graduação em História). Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia.
O que é patrimônio histórico cultural?
Quando um elemento cultural é considerado patrimônio histórico cultural por algum órgão ou entidade especializado no assunto, dizemos que ele foi “tombado”* como patrimônio. Podem ser bens considerados patrimônio histórico cultural: obras de artes plásticas (pinturas, esculturas, ilustrações, tapeçarias e artefatos artísticos históricos em geral); construções e conjuntos arquitetônicos (cidades, casas, palácios, casarões, jardins, monumentos); festas e festividades; músicas; elementos culinários, entre outros representantes das diversas culturas ainda existentes ou que já existiram no mundo. O que determina se um bem cultural é ou não patrimônio histórico cultural são a sua relevância histórica para a formação identitária da cultura de um povo e a importância da preservação desse bem para a consequente manutenção cultural daquele povo. Por estarmos diariamente em contato com aqueles bens culturais, nós desenvolvemos certo apreço pela sua preservação devido ao fato de que esse convívio é fator decisivo para a formação das nossas identidades.
*Tombamento: O tombamento é o instrumento de reconhecimento e proteção do patrimônio cultural mais conhecido, e pode ser feito pela administração federal, estadual e municipal. Em âmbito federal, o tombamento foi instituído pelo Decreto-Lei nº 25, de 30 de novembro de 1937, o primeiro instrumento legal de proteção do Patrimônio Cultural Brasileiro e o primeiro das Américas, e cujos preceitos fundamentais se mantêm atuais e em uso até os nossos dias.
*Responsabilidade e fiscalização – Qualquer pessoa física ou jurídica poderá solicitar o tombamento de qualquer bem ao Iphan, bastando, para tanto, encaminhar correspondência à Superintendência do Iphan em seu Estado, à Presidência do Iphan, ou ao Ministério da Cultura. Para ser tombado, o bem passa por um processo administrativo que analisa sua importância em âmbito nacional e, posteriormente, o bem é inscrito em um ou mais Livros do Tombo. Os bens tombados estão sujeitos à fiscalização realizada pelo Instituto para verificar suas condições de conservação, e qualquer intervenção nesses bens deve ser previamente autorizada.
Sob a tutela do Iphan, os bens tombados se subdividem em bens móveis e imóveis, entre os quais estão conjuntos urbanos, edificações, coleções e acervos, equipamentos urbanos e de infraestrutura, paisagens, ruínas, jardins e parques históricos, terreiros e sítios arqueológicos. O objetivo do tombamento de um bem cultural é impedir sua destruição ou mutilação, mantendo-o preservado para as gerações futuras.
http://portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes/126
Importância do patrimônio histórico cultural
Para pensar na importância do patrimônio histórico cultural e de sua preservação, basta fazer um exercício de imaginação: imagine que você tenha nascido em um local completamente isolado, sem desenvolvimento linguístico, sem alteração do ser humano na paisagem e sem interação com outros seres humanos. Nesse exercício imaginário, você não seria apresentado a uma cultura. Você não aprenderia a falar, pois não existem outros falantes ali, você provavelmente não alteraria o meio, pois ele não foi alterado antes de você e não haveria como aprender técnicas que permitem essa mudança. Você não teria cultura. É difícil imaginar isso, pois nós nascemos e crescemos em ambientes culturais. Do mesmo modo, vamos adquirindo e incorporando elementos participantes da cultura em que estamos inseridos para nosso modo de viver, internalizando-os a ponto de tratá-los como quase naturais. Se um bebê brasileiro é levado para o Japão ainda pequeno e criado lá, nos moldes e costumes de lá, ele vai internalizar em si a cultura japonesa. Se um paulistano é levado quando pequeno para uma aldeia indígena e criado como as crianças indígenas, ele desenvolverá uma cultura condizente com a cultura indígena dessa aldeia, e não com a de seu local de nascimento. Isso atesta que a cultura molda as nossas personalidades, colocando-nos uma identidade cultural. Do mesmo modo, o brasileiro que foi criado no Japão ou o paulistano que foi criado na tribo indígena, se tiverem noção de sua origem, podem desenvolver algum sentimento de pertencimento à sua cultura original, pois há uma identidade de cada cultura que possibilita o sentimento de valorização. A valorização do patrimônio histórico cultural é a valorização da identidade que molda as pessoas. Por isso, preservar as paisagens, as obras de arte, as festas populares, a culinária ou qualquer outro elemento cultural de um povo, é manter a identidade desse povo.
Tipos de patrimônio cultural
Patrimônio histórico material
É o conjunto de bens materiais, físicos, que possuem importância histórica para a formação cultural da sociedade. Podemos destacar como bens materiais obras de arte, como pinturas e monumentos, cidades, prédios e conjuntos arquitetônicos, parques naturais, sítios arqueológicos, enfim, tudo aquilo que existe materialmente e possui algum valor histórico e cultural que o dignifica de ser preservado e lembrado.
Patrimônio histórico imaterial
Esse conceito é mais abrangente, pois não requer a existência material e imediata de um bem para reconhecê-lo como patrimônio. Podem ser considerados patrimônios históricos culturais imateriais o idioma e os dialetos, a culinária, as festas populares, os rituais religiosos, os conjuntos de ditos populares, entre outros elementos.
https://brasilescola.uol.com.br/curiosidades/patrimonio-historico-cultural.htm